Os doze países membros da Unasul também exigiram fim da violência e a suspensão do fornecimento de todo tipo de armamento
Publicação: 31/08/2013 08:28 Atualização: 31/08/2013 08:31
Paramaribo - A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) condenou nesta sexta-feira "as intervenções externas", diante da ameaça de uma incursão militar dos Estados Unidos na Síria, e defendeu uma solução pacífica para o conflito, segundo a declaração final da VII Cúpula do organismo, realizada no Suriname.
A Unasul "condena as intervenções externas incompatíveis com a carta das Nações Unidas e rejeita o desenvolvimento de estratégias intervencionistas de qualquer tipo", assinala a declaração ao analisar o conflito na Síria.
Os doze países membros da Unasul, reunidos em Paramaribo para a entrega da presidência rotativa do Peru ao Suriname, também exigiram "o fim imediato da violência e a suspensão do fornecimento de todo tipo de armamento" para as partes em conflito no país árabe.
"Um ataque à Síria iniciaria um conflito bélico incalculável. A Síria é uma nação histórica com um grande poder militar e tem muitos amigos em toda a região do Oriente Médio (...) que vão defendê-la", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no encerramento do encontro.
A Unasul fez um "firme apelo à paz" e pediu ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que "mantenha suas gestões e aprofunde seus esforços para obter o fim do conflito".
O organismo pediu ainda "a todas as partes que cooperem com a missão de investigadores" da ONU, que realizará neste sábado inspeções sobre o suposto uso de armas químicas no conflito por parte de Damasco, que nega a veracidade das denúncias.
A Unasul solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que "com base no relatório (dos inspetores) contribua ao estabelecimento das condições para o fim das agressões".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou nesta sexta-feira que "ainda não tomou uma decisão final sobre as várias ações que podem ser tomadas para ajudar a respeitar a lei. Mas, como já disse, minha equipe e meus assessores militares analisam um amplo leque de opções. Consultamos aliados. Consultamos o Congresso. Conversamos com todas as partes interessadas".
Segundo o secretário americano de Estado, John Kerry, um relatório elaborado pela Inteligência americana concluiu que "1.429 pessoas morreram (...), incluindo pelo menos 426 crianças" no ataque com armas químicas ocorrido em 21 de agosto contra o subúrbio de Damasco.
Os governos de Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia já haviam manifestado seu repúdio à possível intervenção, e os argentinos, que exercem a presidência pró-tempore do Conselho de Segurança da ONU, propuseram "uma intervenção humanitária sem fins, ou meios militares e com mandato" da ONU.
O Brasil informou que não apoiará uma ação militar sem o aval das Nações Unidas.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU não chegaram a um acordo na quinta-feira.
No campo das relações bilaterais, o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, garantiu em Paramaribo que a parceria entre Brasil e Bolívia não será afetada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto.
"O episódio do senador não vai alterar as relações do Brasil com a Bolívia", declarou o novo ministro, que substituiu Antonio Patriota, que abandonou o cargo depois do conturbado episódio.
A presidente Dilma Rousseff e seu colega boliviano, Evo Morales, se reuniram à margem da cúpula da Unasul para tratar do caso do senador Pinto, que estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz e saiu do país sem um salvo-conduto.
"A presidente Dilma manifestou ao presidente Morales seu repúdio ao episódio da fuga do senador Pinto da Bolívia", acrescentou o chanceler.
Pinto foi condenado na Bolívia por desvio de recursos públicos, após acusar funcionários do governo de Morales de envolvimento com corrupção e tráfico de drogas.
O presidente Nicolás Maduro aproveitou a Cúpula para dar por encerrada a crise diplomática com o Paraguai, após se reunir com seu homólogo paraguaio, Horacio Cartes.
"Decidimos virar a página; agora precisamos abrir o caminho para reconstruir os laços (...). Há interesses que beneficiam os dois países e temos que promovê-los".
O encontro entre Maduro e Cartes foi mediado pela presidente Dilma Rousseff.
A cúpula da Unasul marcou a reintegração do Paraguai ao bloco, após ter sido suspenso, em junho de 2012, devido ao impeachment relâmpago do presidente de esquerda Fernando Lugo.
A reunião em Paramaribo foi marcada pela notícia da extradição aos Estados Unidos de Dino Bouterse, filho do presidente anfitrião, sob a acusação de tráfico de drogas e armas, segundo a promotoria federal de Manhattan.
Dino Bouterse, de 40, foi condenado a oito anos de prisão no Suriname em 2005, por liderar uma quadrilha de tráfico de armas e drogas. Ele saiu da cadeia em 2008 por bom comportamento. Após sua libertação, Dino foi nomeado pelo pai diretor da Unidade Antiterrorista do Suriname.
O presidente Bouterse é um ex-golpista protegido por uma lei de anistia e imunidade presidencial no processo por executar opositores. Também foi condenado à revelia na Holanda, em 1999, por tráfico de drogas.
A Unasul "condena as intervenções externas incompatíveis com a carta das Nações Unidas e rejeita o desenvolvimento de estratégias intervencionistas de qualquer tipo", assinala a declaração ao analisar o conflito na Síria.
Os doze países membros da Unasul, reunidos em Paramaribo para a entrega da presidência rotativa do Peru ao Suriname, também exigiram "o fim imediato da violência e a suspensão do fornecimento de todo tipo de armamento" para as partes em conflito no país árabe.
"Um ataque à Síria iniciaria um conflito bélico incalculável. A Síria é uma nação histórica com um grande poder militar e tem muitos amigos em toda a região do Oriente Médio (...) que vão defendê-la", disse o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, no encerramento do encontro.
A Unasul fez um "firme apelo à paz" e pediu ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que "mantenha suas gestões e aprofunde seus esforços para obter o fim do conflito".
O organismo pediu ainda "a todas as partes que cooperem com a missão de investigadores" da ONU, que realizará neste sábado inspeções sobre o suposto uso de armas químicas no conflito por parte de Damasco, que nega a veracidade das denúncias.
A Unasul solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que "com base no relatório (dos inspetores) contribua ao estabelecimento das condições para o fim das agressões".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou nesta sexta-feira que "ainda não tomou uma decisão final sobre as várias ações que podem ser tomadas para ajudar a respeitar a lei. Mas, como já disse, minha equipe e meus assessores militares analisam um amplo leque de opções. Consultamos aliados. Consultamos o Congresso. Conversamos com todas as partes interessadas".
Segundo o secretário americano de Estado, John Kerry, um relatório elaborado pela Inteligência americana concluiu que "1.429 pessoas morreram (...), incluindo pelo menos 426 crianças" no ataque com armas químicas ocorrido em 21 de agosto contra o subúrbio de Damasco.
Os governos de Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia já haviam manifestado seu repúdio à possível intervenção, e os argentinos, que exercem a presidência pró-tempore do Conselho de Segurança da ONU, propuseram "uma intervenção humanitária sem fins, ou meios militares e com mandato" da ONU.
O Brasil informou que não apoiará uma ação militar sem o aval das Nações Unidas.
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU não chegaram a um acordo na quinta-feira.
No campo das relações bilaterais, o novo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, garantiu em Paramaribo que a parceria entre Brasil e Bolívia não será afetada pela fuga do senador boliviano Roger Pinto.
"O episódio do senador não vai alterar as relações do Brasil com a Bolívia", declarou o novo ministro, que substituiu Antonio Patriota, que abandonou o cargo depois do conturbado episódio.
A presidente Dilma Rousseff e seu colega boliviano, Evo Morales, se reuniram à margem da cúpula da Unasul para tratar do caso do senador Pinto, que estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz e saiu do país sem um salvo-conduto.
"A presidente Dilma manifestou ao presidente Morales seu repúdio ao episódio da fuga do senador Pinto da Bolívia", acrescentou o chanceler.
Pinto foi condenado na Bolívia por desvio de recursos públicos, após acusar funcionários do governo de Morales de envolvimento com corrupção e tráfico de drogas.
O presidente Nicolás Maduro aproveitou a Cúpula para dar por encerrada a crise diplomática com o Paraguai, após se reunir com seu homólogo paraguaio, Horacio Cartes.
"Decidimos virar a página; agora precisamos abrir o caminho para reconstruir os laços (...). Há interesses que beneficiam os dois países e temos que promovê-los".
O encontro entre Maduro e Cartes foi mediado pela presidente Dilma Rousseff.
A cúpula da Unasul marcou a reintegração do Paraguai ao bloco, após ter sido suspenso, em junho de 2012, devido ao impeachment relâmpago do presidente de esquerda Fernando Lugo.
A reunião em Paramaribo foi marcada pela notícia da extradição aos Estados Unidos de Dino Bouterse, filho do presidente anfitrião, sob a acusação de tráfico de drogas e armas, segundo a promotoria federal de Manhattan.
Dino Bouterse, de 40, foi condenado a oito anos de prisão no Suriname em 2005, por liderar uma quadrilha de tráfico de armas e drogas. Ele saiu da cadeia em 2008 por bom comportamento. Após sua libertação, Dino foi nomeado pelo pai diretor da Unidade Antiterrorista do Suriname.
O presidente Bouterse é um ex-golpista protegido por uma lei de anistia e imunidade presidencial no processo por executar opositores. Também foi condenado à revelia na Holanda, em 1999, por tráfico de drogas.
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