Resistência à Economia Verde defendida pelo capital na Rio+20
A Rio 92, mais conhecida como ECO92, possibilitou alguns importantes avanços, colocando a questão ambiental no âmbito da relação sociedade-Estado. Definiu-se questões importantes como o Princípio da Precaução e a criação das três convenções que ocorrem até os dias atuais: Desertificação, Diversidade Biológica (CDB) e Mudanças Climáticas (UNFCCC).No entanto, com a crise do capitalismo mundializado, a expansão do mercado se estende para exploração, até o esgotamento, dos recursos naturais causando grandes transformações no ambiente e no trabalho e na vida das populações camponesas. O capital está se organizando para se apropriar dos territórios camponeses e transformar a natureza em uma série de mercadorias.
No Brasil, por exemplo, temos cerca de 220 milhões de hectares em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Somando-se ai as áreas das comunidades tradicionais, quilombolas e camponesas, que possuem expressivas áreas conservadas de natureza, chegamos a cerca mais de ¼ de todo o território nacional onde o capital ainda não possui mecanismos de acumulação.
Nas duas últimas convenções da ONU sobre o Clima (Copenhague e Cancún) o que se viu foram o império das propostas do capital e a derrota de toda a agenda popular, que estava sintetizada na proposta boliviana dos direitos da Mãe-Terra.
Dentre os principais instrumentos do capital para transformar as mudanças climáticas em maior acumulação estão o investimento massivo em novas fontes de energia (sem debater para onde vai a energia que já produzida), o desenvolvimento de espécies transgênicas resistentes às alterações do clima e a criação de um fundo internacional para o clima, atrelado ao Banco Mundial.
Há uma clara intencionalidade na Rio +20, conferencia que vai celebrar os 20 anos da Rio 92 de lançar para o mundo a síntese das falsas soluções: a economia verde. O objetivo é trocar o Estado pelo Mercado na mediação sobre os bens comuns e os territórios. O último documento apresentado para a Rio +20 chega a ser escandaloso. Considera que “o caminho do desenvolvimento deve manter, aprimorar e, quando possível, reconstruir capital natural como um bem econômico crítico”.
E vai além: Uma economia verde, com o passar do tempo, cresce mais rapidamente do que a economia marrom, enquanto mantém e restabelece o capital natural (...). Um cenário de investimento verde de 2% do PIB mundial proporciona um crescimento a longo prazo, entre 2011-2050. Ou seja, além de defender que a tal economia verde deve servir para a continuidade da acumulação capitalista, defende que 98% do PIB continue atrelado ao tradicional sistema de acumulação capitalista que vem levando nosso planeta ao colapso.
Por último, o atrelamento da Rio +20 com os interesses do mercado fica mais claro ainda quando o texto defende a relação dessa Conferência com a OMC: “As negociações atuais da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio oferecem a oportunidade de promover uma economia verde. Uma conclusão bem sucedida destas negociações poderia contribuir para a transição para uma economia verde”.
O capitalismo verde irá avançar justamente sobre os países onde os povos do campo ainda estão em seus territórios. Ao mercado, tudo. Tudo? O capitalismo quer devorar nossa natureza e roubar nossos territórios. Por isso temos o dever de dar uma mensagem clara ao mundo contra as falsas soluções, defendendo a Mãe Terra, a agricultura camponesa e a soberania dos povos.
A Rio 92, mais conhecida como ECO92, possibilitou alguns importantes avanços, colocando a questão ambiental no âmbito da relação sociedade-Estado. Definiu-se questões importantes como o Princípio da Precaução e a criação das três convenções que ocorrem até os dias atuais: Desertificação, Diversidade Biológica (CDB) e Mudanças Climáticas (UNFCCC).
No entanto, com a crise do capitalismo mundializado, a expansão do mercado se estende para exploração, até o esgotamento, dos recursos naturais causando grandes transformações no ambiente e no trabalho e na vida das populações camponesas. O capital está se organizando para se apropriar dos territórios camponeses e transformar a natureza em uma série de mercadorias.
No Brasil, por exemplo, temos cerca de 220 milhões de hectares em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Somando-se ai as áreas das comunidades tradicionais, quilombolas e camponesas, que possuem expressivas áreas conservadas de natureza, chegamos a cerca mais de ¼ de todo o território nacional onde o capital ainda não possui mecanismos de acumulação.
Nas duas últimas convenções da ONU sobre o Clima (Copenhague e Cancún) o que se viu foram o império das propostas do capital e a derrota de toda a agenda popular, que estava sintetizada na proposta boliviana dos direitos da Mãe-Terra.
Dentre os principais instrumentos do capital para transformar as mudanças climáticas em maior acumulação estão o investimento massivo em novas fontes de energia (sem debater para onde vai a energia que já produzida), o desenvolvimento de espécies transgênicas resistentes às alterações do clima e a criação de um fundo internacional para o clima, atrelado ao Banco Mundial.
Há uma clara intencionalidade na Rio +20, conferencia que vai celebrar os 20 anos da Rio 92 de lançar para o mundo a síntese das falsas soluções: a economia verde. O objetivo é trocar o Estado pelo Mercado na mediação sobre os bens comuns e os territórios. O último documento apresentado para a Rio +20 chega a ser escandaloso. Considera que “o caminho do desenvolvimento deve manter, aprimorar e, quando possível, reconstruir capital natural como um bem econômico crítico”.
E vai além: Uma economia verde, com o passar do tempo, cresce mais rapidamente do que a economia marrom, enquanto mantém e restabelece o capital natural (...). Um cenário de investimento verde de 2% do PIB mundial proporciona um crescimento a longo prazo, entre 2011-2050. Ou seja, além de defender que a tal economia verde deve servir para a continuidade da acumulação capitalista, defende que 98% do PIB continue atrelado ao tradicional sistema de acumulação capitalista que vem levando nosso planeta ao colapso.
Por último, o atrelamento da Rio +20 com os interesses do mercado fica mais claro ainda quando o texto defende a relação dessa Conferência com a OMC: “As negociações atuais da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio oferecem a oportunidade de promover uma economia verde. Uma conclusão bem sucedida destas negociações poderia contribuir para a transição para uma economia verde”.
O capitalismo verde irá avançar justamente sobre os países onde os povos do campo ainda estão em seus territórios. Ao mercado, tudo. Tudo? O capitalismo quer devorar nossa natureza e roubar nossos territórios. Por isso temos o dever de dar uma mensagem clara ao mundo contra as falsas soluções, defendendo a Mãe Terra, a agricultura camponesa e a soberania dos povos.
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